Por Rosana biondillo
A arte do silêncio interior chama-se Antar Mouna. É quando a mente entra num estado de aquietamento, de conforto sem conflitos, sem discussões nem argumentações. A mente simplesmente fica quietinha e relaxada, sem necessidade de se justificar.
Ficar em silêncio é essencial, embora pareça ser uma tarefa hercúlea, praticamente impossível de se realizar. Podemos até ficar sem pronunciar palavras ou emitir sons durante um certo tempo, mas a cabeça, essa não pára nunca de tagarelar. Por isso, ficar com a boca fechada, sem falar, não significa a mesma coisa que praticar a nobre arte do silêncio.
É extremamente comum confundir-se o não ter nada a dizer, seja por desmotivação, por preguiça, por incapacidade intelectual, por intimidação, por timidez, por falta de argumentos ou mesmo por traumas e distúrbios, com ficar em silêncio por opção, sensibilidade e inteligência.
Fazer silenciar pelo uso da força e da admoestação, bem como pelo abuso de poder, é uma das formas mais brutais de violência e de cerceamento da liberdade de expressão. Por outro lado, falar tudo o que se pensa, sem uma triagem reflexiva contextual, concomitante com a situação e o momento, não é ser autêntico, carismático, sincero e muito menos verdadeiro: é apenas uma outra forma (ao que tudo indica, mais aceita na nossa sociedade tão carente de gentilezas e de atitudes éticas) de grosseria e violência.
Antar Mouna parece nascer no "descanso" do cérebro e atingir as camadas mentais, em seus vários níveis e profundidades, predispondo-as à manutenção do silêncio. Mas Antar Mouna também, e especialmente, nasce no sentimento do coração, se espalha pelo restante do corpo e chega à mente, de maneira natural, voluntária e sem imposições. Isso porque, no Yoga, não existe uma divisão explícita entre corpo e mente, mas tão somente a possibilidade de se vivenciar e sentir a fluidez entre um e outro.
Do mesmo modo, som e silêncio não devem ser vistos como antagônicos ou radicalmente separados. O silêncio, em si, não supera a força das palavras que carregam idéias e significações, assim como palavras vãs não conseguem suplantar o fecundo e profundo silêncio que vem do âmago do ser. Porém, é muito importante perceber que, enquanto houver imposições, o essencial silêncio interior não pode existir, assim como a sabedoria das palavras não pode se manisfestar.
Silêncio é liberdade.
Som é liberdade.
Palavra é liberdade.
Entre calar e falar, valorize e aprenda com os dois. Mas, naquele momento crítico de indecisão, de dúvida cruel, onde não se tem a menor idéia do que dizer, vale lembrar-se do ditado popular:
"Em boca fechada não entra mosquito".
A bem da verdade, não entra nem mosquito nem nada mais! Mas, o interessante nesta analogia, é observar não especificamente o ato de "não entrar", mas o de "não permitir sair".
Concordo que este é apenas um dispositivo de emergência até simplista, porém útil, para que o indesejável "não saia" impensada e abruptamente sob a forma de palavras, que podem vir a ferir profundamente um outro ser humano. Mesmo porque, nem sempre quem cala, consente. Algumas vezes, quem cala está apenas exercendo a capacidade de ser consciente.
Fica aqui a sugestão:
Durante apenas quinze minutos do seu dia, pratique, conscientemente, a nobre arte do silêncio.
Namaste!
Fonte : http://yogablog.zip.net/
Em boca fechada não entra mosca.
Amei os vídeos!!!!
ResponderExcluirBjo enorme!!!
Páscoa significa renascimento. Desejo que neste dia, em que nós cristãos, comemoramos o seu renascimento para a vida eterna, possamos renascer também em nossos corações. Beijos e obrigada pela amizade.
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